Se você já assistiu ao programa O SÓCIO (The Profit, 2013-2017), com certeza já viu esse cara aqui do lado e reconheceu a referência do título de primeira. Mas se você não conhece, este é Marcus Lemonis, CEO e investidor de uma empresa multimilionária nos Estados Unidos.
Neste programa ele encontra negócios com grande potencial, mas que estão a beira da falência, com o propósito de fazê-lo se tornar um negócio estável e lucrativo.
Para isso o próprio Marcus Lemonis realizava um investimento substancial (em troca de parte da empresa), para que fossem feitas as mudanças necessárias, fosse em equipamento, reforma do espaço, treinamento de pessoal ou compra de insumo. Porém, seu investimento não se limitava apenas a dinheiro, mas também a aplicação de sua experiência de mercado e uma das frases que ele dizia frequentemente é esta: Vamos focar em pessoas, processo e produto.
Pode parecer só um jargão antigo, mas tem um valor profundo que muitos gerentes, CEOs e líderes em geral parecem esquecer.
Uma empresa não se faz apenas de números.
O PRODUTO
Um bom produto tem muitas fases. Muitas idas, vindas e ajustes. Especialmente no Mundo VUCA e agora no mundo BANI em que vivemos, é quase impossível ter tudo perfeitamente finalizado em mãos antes do lançamento e manter sua viabilidade financeira, especialmente se tratando de produtos digitais.
Sendo assim, adaptabilidade é a chave aqui. Não basta apenas ter qualidade, é necessário estar atento às marés dos mercados e tendências. Mas posso explorar mais desse assunto em outra ocasião.
SOBRE OS PROCESSOS
Lean UX, Sprint, Scrum, Duplo diamante, Cascata, Kanbam. Se você trabalha com ou faz parte de uma equipe de UX, com certeza já ouviu todos esses termos e, espero eu, discutiu com o time quais seriam os melhores a serem aplicados.
Cada empresa, time e projeto tem suas próprias peculiaridades e como tal merece um olhar mais detalhado para garantir a produtividade e a entrega de valor da forma mais segura possível, mas também da forma mais rápida possível dada a realidade das mudanças constantes e adaptações necessárias como dito anteriormente.
O melhor processo, ou modelo de processo, sempre será aquele que condizendo com a proposta de entrega, se adapta à cultura geral da empresa, caso contrário acabamos criando problemas como: baixos aderência e respeito pelo processo, ruídos na comunicação, atritos entre times e, por consequência, comprometer a qualidade, o prazo e a eficácia da energia aplicada por todos.
Por isso é de extrema importância que os processos não sejam simplesmente inseridos numa nova rotina, e sim que as pessoas sejam inseridas no processo - inclusive as adjacentes a ele. Todos os times e indivíduos impactados precisam saber o "como" e o "por quê" algum processo mudar. Isso imbui a todos de pertencimento e aumenta muito as chances de sucesso na implementação.
MAS E AS PESSOAS?
Por mais que tenhamos avançado muito em termos de tecnologia com robótica e inteligência artificial de vários tipos, as pessoas ainda são a espinha dorsal dos negócios. São elas as responsáveis pela aplicação dos processos, pelo desenvolvimento dos produtos e pela inovação em ambos os casos.
A pessoa certa no lugar errado pode ser uma grande dor de cabeça. Um prestador de serviço com alto conhecimento técnico e zero motivação não vai fazer nada além do mínimo necessário. Alguém com muita vontade e energia, mas com pouco conhecimento vai cometer muitos erros. Até o funcionário mais dedicado terá um dia de desatenção.
Então o que eu tenho a dizer é isto: Cuidar de pessoas dá trabalho, mas você nunca será um líder de verdade se não souber como fazer isso. Quero dizer que cargos de supervisão, gerência, etc não são apenas reconhecimentos pelo bom trabalho, são também uma grande responsabilidade de zelar por cada um daqueles "abaixo" de você e fazer a manutenção do time como uma grande engrenagem. Algumas precisam de óleo, outras de polimento e nenhuma vai conseguir sozinha.
Veja, se quando alguém da sua equipe comete um erro e você grita como se o volume da sua voz fosse fazê-lo entender melhor o ocorrido, você não está sendo um bom líder, está sendo apenas preguiçoso. Colocando sua frustração para fora da pior maneira possível e descarregando em outra pessoa a responsabilidade que é sua: de treinar e educar aqueles que ainda não tem o seu nível de conhecimento.
Um chefe ruim é capaz que quebrar o espírito de uma equipe inteira.
Eu mesma já fui alvo de tipos assim quando mais jovem e esse tipo de ambiente só consegue gerar 2 coisas:
Medo: Não é possível criar aprendizado, pois tudo que não está perfeitamente alinhado é punido.
Conexões nocivas: Ao encontrar um erro ou um problema, a primeira reação da pessoa não é achar uma solução e sim um culpado para que a punição (mesmo que verbal), não caia sobre si.
Então, sim. Um ambiente seguro para aprendizagem, treinamentos apropriados, comunicação não violenta e o sentimento de pertencimento são apenas algumas das coisas que considero essenciais para desenvolver colaborações de sucesso. Gostaria de destacar uma e adicionar ao lema de Marcus Lemonis, se não for muita pretensão.
Existem inúmeros livros e estudos sobre liderança com os temas dos mais diversos que são facilmente encontrados em qualquer livraria ou e-shop e minha intenção não é escrever outro aqui.
Como eu disse no início, no programa 'O Sócio', Lemonis tinha um propósito muito claro: Tornar rentável uma empresa a beira da falência. Este também se tornava o propósito de todos a sua volta, e por vezes, até os mais resistentes e teimosos acabavam cedendo ao verem o caminho de um grande futuro se iluminar e quem realmente não se adequasse depois de todas as tentativas era convidado a sair.
No entanto, isso dificilmente gerava comoção nos colegas que ficavam, pois todos viam que o divergente, mesmo sendo amigo, mais atrapalhava que ajudava.
Te faz pensar, não? Então...
Pessoas, processo, produto e propósito
Acho que essa seria a minha fórmula ideal.
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