Oi, lindezas. Tudo bom?
Eu estava aqui pensando: Onde será o limiar entre a hiper-produtividade e a síndrome de burnout? Qual seria a diferença entre essas duas coisas? Realmente existe diferença?
Eu não sou uma grande especialista da psique humana, por mais que seja um assunto que me interesse, mas como Designer de Experiência é importante que eu saiba pelo menos alguns conceitos da psicologia. Então o que eu quero fazer aqui não é uma análise técnica, mas sim uma provocação que inicie o diálogo. Ok?
Então vem comigo!
Existem muitos clichês sobre "viver pra trabalhar ou trabalhar pra viver", mas sejamos francos. Quem não nasceu em família milionária precisa trabalhar pra viver e isso é um fato. Trabalhar deixa de ser opcional a partir do momento em que continuar vivo, minimamente saudável e alimentado é lastreado em uma palavra simples: Dinheiro.
Trabalho: 1 Conjunto de atividades produtivas ou intelectuais exercidas para gerar uma utilidade e alcançar determinado fim; 2 Qualquer tarefa que é ou se tornou uma obrigação ou responsabilidade de alguém;
Partindo do pré-suposto de que trabalho é qualquer tarefa que alguém faça para receber um retorno (como o pagamento), então mesmo aqueles que estão na informalidade ou na ilegalidade de uma forma ou de outra trabalham, certo? Era aqui que eu queria chegar.
Calma! Eu não vou dizer que o problema é o capitalismo (apesar de ser hehe), mas em alguns momentos me vejo cercada de, como dizia a música Boa Sorte, expectativas irreais.
Existe uma cobrança natural no trabalho (neles todos) de entrega, prazo e desempenho. No entanto, é quando essa cobrança se torna da pessoa sobre si mesma que vejo o início do fim.
Já ouviu falar em ócio criativo?
O conceito de ócio criativo foi criado no período da pós-revolução industrial, onde a automação de alguns processos de produção permitiu que o ser humano standard tivesse tempo pra dormir bem e se dedicar ao lazer. Ele não fala sobre a criatividade em si - arte, literatura, etc - mas sobre um momento de repouso da mente.
Isso trata diretamente do nosso poder de raciocínio contra o desgaste psicológico de estar sob preocupação constante. Isso quer dizer que não é apenas o excesso de trabalho que resulta na Síndrome de Burnout, mas especialmente a aceleração mental ininterrupta. Nossa mente é incrível, mas até ela precisa descansar e isso não é apenas papel do sono - especialmente no Brasil, que tem o segundo maior número de diagnósticos de Burnout no mundo, perdendo apenas para o Japão.
Você pode ler mais sobre o conceito e aplicações aqui no post da UCS.
Tente imaginar: a pessoa com um trabalho estável pode parecer tranquila, mas internamente...
"Preciso me destacar pra conseguir uma promoção", "preciso manter meu conhecimento atualizado", "preciso ir à academia", "preciso aprender a cozinhar", "preciso pintar meu apartamento", "preciso praticar o instrumento que eu toco", "preciso cuidar da minha família", "preciso manter minha vida social ativa enquanto faço todas essas coisas".
Veja que nenhuma dessas frases é ruim por si só, porém quando acumuladas já dá pra sentir o peso de todas as obrigações autoimpostas, não?
Sobre saúde mental
ENTENDA! Não é um problema ser produtivo quando essa produtividade respeita seu próprio limite.
Algumas vezes a vida não nos dá tempo de respirar e passar um dia tranquilo, mas se você puder priorizar uma coisa, priorize sua saúde mental, emocional e física, porque não tem como ajudar os outros estando exausto.
Então, se faça essa pergunta de vez em quando:
Minhas metas são realmente coisas que eu quero fazer e me fazem bem, ou são cobranças autoimpostas pra não me sentir improdutiva?
Talvez assim a gente comece a se tratar com mais gentileza.
Esqueci de algum ponto e você quer completar? Deixa nos comentários :)
Um beijo na orelha e até a próxima!
Comments